terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Tempo para ser

 

Deixemo-nos de merdas.

Tempo de ser


Não gosto de dias como este. Chuvoso, escuro, frio, neve, desagradável.
Olho pela janela à procura de uma luz e nada.
Felizmente, cá dentro, quentinho. E a melhor companhia. 
Sussurram segredos tontos para eu não ouvir mas depois é escuta-los às gargalhadas.
E isso aquece.

Olho melhor. Afinal, há qualquer coisa lá fora.
Um balão. Amarelo. Preso numa árvore. 
O Gabriel tinha-o soltado em direcção ao céu. E contra todas as expectativas, neve, chuva, vento, la continua ele. Em frente à minha janela. Vou toma-lo como um bom sinal.

Discutíamos no outro dia, numa troca de ideias muito interessante, e o Gabriel perguntou-me do que é que eu gostava muito muito. Mas ele não queria saber qual era a minha comida favorita, a cor de que eu gostava mais...Queria saber o que é que eu gostava muito muito. O que me dava paixão. Perguntando ele exactamente o significado daquela palavra.
Rapidamente enumerei algumas coisas que me saíram da boca mas voltei, mais tarde, a pensar melhor no assunto. O que é que eu gosto muito muito?

Pessoas.
Gosto da embrulhada desta palavra e da sua complexidade.
Gosto de pessoas.
De as olhar. 
De ver a beleza (ou não) daquilo que elas são ou fazem e em que contexto.
E relembrar que eu, enquanto indivíduo, não sou nunca mais do que os outros. Porque mesmo sabendo já isso há muito muito tempo, às vezes durante segundos, esquecemos-nos. E, às vezes, a vida dá-nos uns valentes sopapos na cara. E com muita razão.
Por detrás de cada atitude individual, há toda uma história, há toda uma bagagem, há toda uma circunstância, há toda uma fragilidade, há toda uma insegurança. O que for. Que nós não conhecemos. 
Por isso, deixemo-nos de merdas e de barriga cheia e de arroganciazinhas que não nos levam a absolutamente lugar nenhum.

Vou contar uma história que me aconteceu há não muito tempo com uma cliente:

Dia de muito trabalho. Loja a abarrotar de gente. As minhas mãos eram mil e os meus olhos dois mil. Pouco importa. O contexto não serve aqui de desculpa.
Enfim.
Há muita gente que, por hábito, tristemente, devido à falta de maneiras, não gosta de responder à simpatia de quem os cumprimenta. 
Detesto quando me isso acontece.
Nesse momento, há duas pessoas que me acenam de uma maneira não muito agradável. Eu já as tinha visto. Assim que acabasse de desembaraçar uma fila enorme de clientes, eram a minha prioridade.

Fui.

- Bom dia, disse eu.
Nada.
-Bom dia. (voltei a repetir)
Ainda sem resposta.
Uma delas começou a falar-me imediatamente inglês (sem sequer ter a gentileza de me perguntar se eu percebia alguma coisa da língua).  
Com óculos de sol. Como se dentro de uma loja, no meio de um centro comercial, o sol batesse forte. 
Comecei a ferver.
Depois falavam entre elas numa outra língua. 
A fervura aumentava.
Mas que falta de respeito, pensei eu.
(Episódios como este acontecem em repetição)
Acho que não pus a minha melhor cara. Acho não, tenho a certeza. 

Conclusão: 
A senhora era cega. Apercebi-me eu mais tarde.
A acompanhante não falava sequer o inglês. 

Toma lá para aprenderes Silvia Carina.
Que ninguém te mandou achares isto ou aquilo.

Continuo a cruzar-me com muitas pessoas.
Todas elas muito interessantes nas mais variadas formas. Não significa sempre que interessante seja bom mas interessante.
Algumas, só consigo perceber certas atitudes com o devido distanciamento que dou às coisas.
Muito interessante o que aprendo também sobre mim nesse relacionamento pessoal e o que aprendo delas.
Coisas que vou aprendendo a relativizar, coisas que prefiro evitar ou pessoas que vou querer abraçar sempre. 
Que coisa complexa esta de equilíbrio de egos.
Diria que é lindo. Ainda que, por vezes, não o seja.
Interessante.

Olho de novo o balão amarelo. E penso:
Está sempre tudo certo.
Continuemos.

SM

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Noa, Princesa Guerreira


Filhote, hoje não escrevo sobre ti. Escrevo para ti, sobre uma princesa. Chama-se Noa. Não, ela não vive num castelo (como rapidamente me vais perguntar).Vive num sitio muito mais importante: nos nossos corações, na nossa memória.
Ouve com atencão.

Conheci a mãe da Noa ha 20 anos. Eramos apenas duas adolescentes. Irrequietas, muito expressivas, e sempre de sorriso rasgado. Quis a vida nos juntar. E que privilegio...o meu. Muito rapidamente nos tornámos cúmplices de muita coisa, nas dificuldades e nas alegrias. Por circunstancias da vida, separámo-nos. Ela seguiu um caminho, e eu outro mas a amizade, essa, ficou para sempre. Uma amiga de metro e meio mas com um coração grandioso e generoso, como não se encontram muitos. 

Casamos, imigramos, tivemos filhos mas sempre em contacto uma com a outra...a internet tem destas coisas boas. Apesar disso, por varias vezes, tivemos a oportunidade de nos encontrarmos e matarmos saudades, contar as novidades, partilhar vitorias, simplesmente de estarmos...

Ainda me lembro de quando recebi a mensagem dela a contar que estava gravida. A poucos dias de irmos a Londres. Que alegria que foi!!! Como ela estava feliz. Como eles estavam felizes. E eu tão feliz por eles. 

Poucos meses antes, voltamos a encontrarmo-nos, ela minha barriguda pequenina, estava lindissima. Dela irradiava o mesmo sorriso de ha 20 anos. Sempre igual a ela propria. Nunca a conheci de outra maneira.

Essa princesa que veio, chamada Noa, tão amada, tão desejada desde o minuto um, foi um pequeno grande milagre nas suas vidas. Uma benção, tenho a certeza. Para eles, e para todos os que a rodeavam. Para mim tambem, ainda que aqui de longe. Apesar de todos os videos trocados, fotos, mensagens, seria este Natal que os iriamos abracar e conhecer, finalmente, esse pequeno anjo, de olhos grandes e tão expressivos, que transbordava amor, curiosidade. Tinha-te dito isso, filhote.
Com grande tristeza minha, já não chegámos a tempo.


Mas durante muito tempo, e contra a expectativa negativa de alguns que podiam não acreditar, a Noa venceu sempre. Passo a passo. Foi uma lutadora. Proporcionou aos papás, a nós amigos e desconhecidos que acompanharam também a sua causa, momentos em que nos mostrou que sempre foi forte e que não ia desistir facilmente. E isso, é um grande ensinamento para todos. 

Depois de uma luta incansavel, dia e noite, numa corrida contra o tempo, onde cada segundo conta, a vida traiu-a, ou as pessoas...não sei. Só consigo pensar que a vida é injusta. 
Onde é que nós falhámos com ela? Até onde se poderia ter ido para que ela estivesse agora connosco? E ao invés de recebermos a mensagem do dia do seu funeral, comecar o dia com uma mensagem em que a sua mamã nos diz que vais tomar o medicamento milagroso que te poderá ajudar ainda mais, que te trará outras possibilidades, outras oportunidades. Tu merecias tanto. Os teus pais mereciam isso.

Noa,
nesta hora que escrevo, estás tu meu anjo, a subir ao céu. E está um dia de sol a espreitar pela minha janela. Não poderia ser de outra forma. O sol a brilhar para ti.
Agora, é momento de te deixar partir, descansar. Voa para aquele lugar maravilhoso, onde possas correr muito, brincar ate ficares toda suja, construíres o teu próprio castelo e aí ficares a olhar por quem te deu tudo, por quem fez tudo, por quem te amou desde o primeiro minuto. Olha por eles, da-lhes forca neste momento, da-lhes a serenidade que eles precisam para, com o tempo, aceitar este desfecho mas que possam voltar a sorrir, depressa. Por ti. 
Eles merecem. São pessoas maravilhosas. São amigos muito especiais. Vania e Sergio. 
Estaremos aqui sempre convosco.




11.10.2019





terça-feira, 27 de agosto de 2019


'Mamã, o que vou aprender hoje?'

Um ano e meio depois do meu último post...aquando dos teus 3 anos.
Hoje escrevo-te para te dizer o quanto me enches de orgulho. Não porque não to diga já. Digo sim, muitas vezes. Mas quero que fique escrito. Para um dia mais tarde leres.

E muito se passou desde então. 
Cresceste. Tornaste-te mais autónomo, mais atento, mais curioso. Sim, mais!
Ontem, foi o teu primeiro dia de escola. A escola dos meninos grandes, como tu dizes. Onde não podes fazer birrinha.
Tu estavas lindo. Gel no cabelo. Ritual entre homens que o pai fez questão de partilhar contigo. De mochila às costas. Orgulhoso, confiante, entusiasmado, perguntando já tudo e mais alguma coisa. Eu estava forte por ti. Positiva, alegre. Mas la no fundo, estava super nervosa, ansiosa com todas estas mudanças, com medo de te deixar sozinho la naquela sala de aula com tantos meninos. Sem saber se irias conseguir desenrascar-te. No trajeto para a escola, relembrei-te de todos os conselhos que te tinha explicado e preparado nos últimos tempos mas acho que nem me ouviste. O brilho nos teus olhos era demasiado, a vontade de chegar depressa ao cimo das escadas era notória. 
Tive de te largar mais um bocadinho nesta nova fase. 
E tu lá ficaste contente a brincar, junto dos teus amiguinhos, pequeninos como tu. 
Quatro anos apenas e já neste rodopio das letras, dos números, dos desenhos, da música, da ginástica...

Não choraste, eu não chorei. 
Dou por mim a imaginar durante o dia o que estarás a fazer, se estarás em segurança, se estás a alimentar-te bem, se não te aleijaste...
Ainda que esteja imensamente orgulhosa do homenzinho que te tornaste, a nostalgia de como tudo passou tão depressa nestes anos é inevitável.
Hoje fui observar-te de longe sem que me visses, para ver se estavas bem. Podes chamar-me de maluca, se quiseres. Não me importo. Sou mãe. Um dia quando fores pai vais perceber. Mas estavas bem. É o mais importante. E eu fiquei feliz. 
Amanhã, é um novo dia. Novas aventuras.
Perguntas-me o que vais aprender. E chegas a casa com novas músicas, com novos desenhos e com tanto para contar que até te atrapalhas todo.

Que estejas sempre em segurança e feliz. Rodeado de gente que gosta de ti e que te quer bem. Nesta nova fase e nas que virão.
Estamos sempre aqui filhote, o pai e eu, para te guiarmos o melhor que sabemos.

sábado, 3 de fevereiro de 2018



Três. A conta que Deus fez.


E assim chegamos aos três.
Com muita energia, com palavras que surpreendem a cada dia, com uma doçura contagiante no olhar, com um humor requintado e de ar traquina e com situações que nos desafiam enquanto pais, educadores e amigos.

E como correram rápido estes três anos.
Passei o dia a recordar o dia do teu nascimento. As expectativas do que seria a tua vinda. Depois a tua chegada, e agora esta vida a três. A quatro, com a tua grande amiga Docas. 

Indescritível. 
Será que é possível amar ainda mais?


Gostas que te leia uma história ao deitar. Tens até o cuidado de chegar os teus brinquedos todos para um cantinho (aqueles com que gostas de dormir todas a noites) para me arranjares um espacinho ao teu lado.
 - Lê mais, mamã, se faça favor.
Acabo de ler a história, e eu quero sempre um beijinho e um abraço teu. Muitas vezes não te quero largar e prolongo, por momentos, esse abraço Achando-te tu (talvez) já demasiado grande, dizes-me:
- Já tá bom, mamã. 
Para mim, nunca está bom. Independência de filho...O que se pode fazer? 

Cantas, e contas, e montas legos, e tiras os sapatos sozinho, e já chegas a todas as luzes de casa, e já metes a tua louca a lavar, e dizes (sem errar) as cores de tudo o que passa por nós, e gostas de desenhar. E nunca te esqueces de nada. Nada. 

Gostas de comer cenoura e de me roubar o resto de café da chávena quando me apanhas distraída. Gostas de me mostrar truques novos sempre que andas de trotinete. Gostas de calçar os nossos sapatos como gente grande. Gostas de me dar miminho sempre que sentes que te vou ralhar. Sacana. 
E, ao mesmo tempo, um carácter forte.

Sabes do que eu gosto, filho?
Gosto de te ver dormir à noite. Pareces um anjo. Todo torto, mas um anjo. Gosto que me contes como foi o teu dia. E, na ânsia de contar tudo, atrapalhas-te todo nas palavras. Gosto de abrir os olhos de manhã e sentir uma cara quentinha colada à minha (ainda que sejam 6 da manhã...). Gosto de te ensinar coisas. Gosto de ver a tua cara de felicidade quando te dou alguma coisa que, normalmente, não comes (chocolate ou batata frita) e para ti é como se fosse um prémio. 

Agora, ultrapassada a barreira dos três anos (e dos 90 cm), vamos poder divertirmo-nos muito mais! Fazer muito mais actividades. Juntos.

Que venham muitos mais anos juntos. Com muita saúde e com esse coração sempre alegre e de sorriso fácil e contagiante. 
Como gosto de gostar de ti. De nós.
Muitos parabéns meu bebé.
SEMPRE AQUI.
















quarta-feira, 2 de agosto de 2017



Juizinho na cabeça filhote
A mamã já vem.


A decisão não foi fácil. Muito ponderada em vários aspectos, em todos os sentidos. E sob pena de ser criticada por alguns. Pensando em tudo o que podia correr mal, mas apostando fortemente em tudo o que vai correr bem! No quanto vai ser bom para ti.
Fez ontem uma semana que te dei um último abraço em frente ao aeroporto. Virei costas para não me veres chorar. E te deixei com algumas das melhores pessoas que conheço no mundo. Elas vão cuidar tão bem de ti como nós. Eu sei que sim. 


A verdade é que nunca tivemos tanto tempo separados. 


E se, às vezes, sabe bem relaxar um bocadinho a dois, muito silêncio durante tanto tempo acaba por se tornar ensurdecedor. 


Fazes-nos muita falta, sabias?
Às vezes, damos por nós a dizer um para o outro:
- Mamã, isto meu; Papá, pão, café, qui...Mamã, docas, lá fora, xixi....

Dou por mim várias vezes a pensar o que estarás a fazer, que coisas novas estarás a aprender...


Não imaginas a lista de recados que deixei. Não, não vou listar aqui porque corro o risco de passar vergonhas ou de me chamarem hiper, mega chata. ;) Mas também não me importo. Sou mãe, e isso para mim basta.


Sim, eu sei que eles sabem tudo. Eu sei. Mas eu, enquanto tua mãe, acalma-me mais o coração quando verbalizo as coisas. 
Sentes também a nossa falta?


E é ver-te agora deste lado. Bem. Sempre sorridente, sempre bem-disposto. Cheio de novidades e de aventuras para contar. E como fico feliz de te ver, assim, tão bem. Com toda a certeza digo e sem correr risco algum que estás a adorar. E isso tranquiliza-me. Apesar, já sabes (condição prévia assinada em contrato!!), de termos de falar todos os dias. 


Pareces-me tão mais crescido. Cada dia mais lindo. 
Quero que me contes tudo depois. O que fizeste. Por onde passeaste. O que aprendeste.
Que esta experiência seja para ti rica em emoções, rica em afectos, rica em aprendizagem.



Até ao meu regresso filhote. 
Em breve.


Aviso: assim que te apanhar, encho-te de beijos!!! E de cócegas!!! E de abraços gigantes!!!

sábado, 6 de maio de 2017

A melhor profissão do mundo
Felicidade no seu estado mais puro



E porque hoje é Dia da Mãe. 
A todas as mães que dedicaram uma vida inteira aos filhos, a todas as mães trabalhadoras que correm todos os dias para estar a tempo em todo o lado para que nada falhe, a todas a mães que lutam sozinhas no dia a dia para ser e dar o melhor, a todas as mães que são pais no masculino e que o fazem tão bem, a todas a mães que brevemente abraçarão os seus pequenotes no peito, a todas a mães de coração e acolhimento, a todas as mulheres que serão mães no futuro...

Ninguém disse que seria ser fácil. Estaria a mentir se dissesse que sim. 


O sono nunca mais é o mesmo, sai-se de casa com mil e uma coisas (sacos, saquinhos, sacolas...) para o teu filho e no final de tudo esqueces-te de coisas essenciais para ti, passa-se de uma refeição tranquila a uma refeição ao som de colheres e pratos, com extra de comida no chão por todo o lado, e tu ainda sem comeres quase nada, passa-se de paredes lindas e brancas a verdadeiras obras de arte a caneta que já não vais conseguir limpar, passa-se de uma ou duas máquinas de roupa por semana a lavar para quatro ou cinco, passa-se do estar relaxado a estar em alerta constante para possíveis perigos...e tantas, mas tantas outras coisas...
E nós, mães, somos humanas. Com tudo o que isso significa. Também andamos exaustas, também ficamos rabugentas, também exigimos de nós porque queremos ser e fazer melhor. Muitas vezes também ficamos sem paciência. Certo?

Mas é impagável ver crescer uma criança que é nossa, a quem temos de ensinar do zero. Uma criança que depende de nós, que absorve tudo e que queremos que tenha em si o melhor coração do mundo, que seja feliz e íntegra.
É o trabalho mais difícil que já conheci mas, sem dúvida, o mais gratificante.
É uma aprendizagem diária nos dois sentidos. 
Que tenhamos todas (mães/pais) muita força e saúde para cada dia, para saborear cada pequeno (grande) momento de felicidade, para aqueles dias menos bons ou mais cansativos. 



Eu só posso agradecer. 
O meu pequeno dos caracóis. Tu.
Amor sem fim.



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Xixi da felicidade

Chamem-me maluca. Não faz mal. 

Sempre ouvi contar de pessoas amigas as vitórias dos filhos, grandes ou pequenos, as conquistas diárias, os truques novos, as pequenas independências, as palavras difíceis em frases cada vez mais complexas, a capacidade que adquirem de passar do triciclo a quatro rodas para uma bicicleta de apenas duas e por aí adiante...
E, já nessas alturas, os meus olhos brilhavam de felicidade por elas mas sempre a imaginar como seria comigo.

Agora que chegou a nossa vez, filho, e muito orgulhosamente te tenho na minha vida, chama-me maluca. Não faz mal (mas só desta vez!).
Por aqui tenho contado muitas das tuas aventuras, muito do teu crescimento, muito do que é este desafio da aprendizagem. Nos dois sentidos.
Agora, chega mais uma etapa.
24 meses e dez dias depois primeiro xixi no pote.
G - Mamã, xixi, xixi. 
M - Rápido filho, anda.
Dois xixis seguidos. No pote. Fizemos uma festa tão grande, que o pequeno se levantou a bater palmas.
Pronto, ok, o terceiro xixi foi no chão do quarto. Não vai ser tudo perfeito. Eu sei.
Ainda vou andar muitas vezes com a esfregona no chão. Ainda vou lavar muita roupa à conta de xixi fora do sítio. Ainda vou ficar com as calças muitas vezes molhadas por causa do penico que não chegou a tempo. (Sim, também achou graça fazer xixi nas minhas pernas). Vamos melhorar isso filhote! ;)

Um pequeno nada mas que é tão grande. 
A cada etapa cá estaremos, filhão.
Acho que esta vai ser muito engraçada!
Até breve.