terça-feira, 18 de agosto de 2015

4000 km de felicidade


Depois de alguma ansiedade (dá para ir, não dá para ir...porque às vezes a vida é complicada...), lá pôs o Gabrielzinho o pé dentro do carro rumo a Portugal. A mãe tinha-lhe dito que muita gente o aguardava, família e amigos, para o conhecer. A mãe tinha-lhe dito que era uma viagem longa, dura, cansativa mas que era a nossa terra! Sussurrou-lhe ao ouvido que lá podíamos sempre voltar, sempre!

O começo da viagem não foi fácil. Quando podiam finalmente seguir viagem, longas filas pela frente (num pára-arranca interminável), o Gabrielzinho começou a chorar, num choro que arrepia a alma e faz doer o coração: tinha fome. E a mãe sem o poder alimentar em segurança. Sem poder parar o carro numa berma. Quando finalmente foi possível, foi vê-lo numa velocidade quase animalesca a mamar este mundo e o próximo. Minutos depois adormeceu tranquilo que nem um príncipe e o coração de mãe pode finalmente acalmar.

Finalmente a chegada. Tantos mimos bons. Tanta coisa boa. Tanta gente boa. Sem dúvida que os ares de lá lhe fizeram bem. Toda a gente dizia o mesmo:
1) Que o Gabrielzinho era uma simpatia, sempre sorridente e bem-disposto.
2) E que não havia volta a dar: era a carinha do pai. A mãe dizia em tom de brincadeira: " Anda uma mãe a carregar um filho nove meses para depois sair ao pai". Agora a mãe diz: "E que lindo que saiu o filho".

Uma despedida nunca é fácil. Principalmente quando se tem muita coisa do outro lado. Mas vieram de lá com o coração cheio, com energias renovadas, e com vontade de voltar rapidinho para mais uns dias. A saudade, essa, aperta sempre.
A mãe pode mostrar ao pequeno Gabriel a terra onde viveu durante alguns anos, o Soutocico dos nossos corações. Agora somos Cidadãos do Mundo, mas esse cantinho vai ser sempre deles.


Obrigada família e amigos.
Um xi-coração especial para as crianças da minha vida.
Até breve.